Nesta semana, Luiz Felipe de Oliveira Silva passou alguns dias em Guará, matando a saudade da família, em um raro momento de folga antes de mais um grande desafio em sua carreira de tenista.

Na noite da quinta-feira, 24 de agosto, poucas horas depois de visitar o prefeito Vinicius Engenheiro, acompanhado do pai, Fabiano Pereira Silva, ele embarcou em um ônibus em Franca com destino a Itajaí (SC), onde treina regularmente.

É que, nestes próximos dois meses, cuidar da parte física e técnica será fundamental, já que, ao final deste período, ele embarcará para Córdoba, na Espanha, para representar o Brasil na Copa Davis Júnior – o Mundial da categoria sub-16, à qual Luiz Felipe pertence.

A presença no Mundial da Espanha é fruto da ótima campanha realizada pela equipe brasileira no Campeonato Sul-Americano de Seleções, disputado na terceira semana de agosto, no Iate Golf Club de Assunção, capital do Paraguai.

Formada pelo mineiro Victor Winheski, pelo brasiliense Pedro Chabalgoity e pelo guaraense Luiz Felipe, a Seleção Brasileira, treinada pelo gaúcho Rodrigo Ferreiro, conquistou o vice-campeonato sul-americano. O torneio destinou três vagas ao Mundial.

Na primeira fase, em uma chave com Uruguai, Chile, Bolívia e Paraguai, o Brasil venceu todos os adversários, sempre por três sets a zero – duas vitórias em simples e outra em duplas. Luiz Felipe jogou todas as partidas de duplas, ora em parceria com Victor, ora com Pedro. Também representou o País em uma partida de simples, no confronto contra o Chile.

Como campeão da chave, o Brasil decidiu o título sul-americano contra a Argentina, campeã do grupo que reuniu também Colômbia, Venezuela, Peru e Equador. Los hermanos precisaram de apenas dois jogos, os de simples, para fechar a decisão em 2 a 0.

“Por termos ficado em primeiro lugar na chave, relaxamos bastante, já que a vaga no Mundial já estava garantida”, explica Luiz Felipe. A equipe feminina do Brasil fez exatamente a mesma campanha da masculina: superou todos os rivais na primeira fase e perdeu a decisão para a Argentina pelo mesmo placar.

Segundo o tenista de Guará, além do relaxamento natural após a conquista da vaga, o cansaço atrapalhou bastante. É que a partida decisiva dentro do grupo, diante do anfitrião Paraguai, ocorreu no dia anterior à decisão contra a Argentina.

“Estava muito difícil de a gente jogar”, ressalta Luiz Felipe. “A arquibancada estava lotada, a torcida totalmente a favor do Paraguai. Eles vibravam, comemoravam, gritavam, tocavam buzinas o tempo todo”, acrescenta o guaraense.

Diferentemente dos jogos do circuito mundial, em que a comunicação entre jogador e treinador é bastante limitada e as reações da plateia são sempre comedidas, nos cmapeonatos entre seleções a vibração toma conta das quadras.

“Contra o Paraguai, o Victor salvou três match points, e o jogo foi até o tie brake do terceiro set”, conta Felipe, se referindo a pontos que podem encerrar a partida. “A partida durou mais de três horas e terminou perto da meia-noite. A decisão contra a Argentina começou às 10h no dia seguinte.”

Revelado aos sete anos de idade durante aulas comandadas pelo professor Tufi Chaud na quadra da Associação Atlética Guaraense, Luiz Felipe de Oliveira Silva conta com apoio da prefeitura de Guará, que concedeu a ele uma bolsa atleta internacional, válida para 2022 e 2023. “Essa bolsa o ajuda muito, tanto para se manter em Itajaí quanto para participar de torneios”, afirma o pai, Fabiano.

Após reiniciar os treinamentos em Itajaí, com os técnicos Murilo Martiniano, Beto Carvalho e Victor Valente, Luiz Felipe planeja disputar um torneio em Punta Del Este, no litoral do Uruguai, na primeira semana de setembro, e provavelmente fazer um “gira”, como os tenistas juvenis chamam o circuito de competições pela América do Sul, em localidades próximas uma das outras, em sequência.

“O Mundial vai ser muito difícil”, destaca Luiz Felipe, lembrando que, na Espanha, o Brasil vai defender o título mundial, conquistado em 2022 diante da República Tcheca. “Vamos jogar contra os melhores, principalmente os jogadores europeus”, ele visualiza. “Temos que estar preparados. Todo jogo será duríssimo.”